Queria ter um triângulo equilátero para te dar
Ah vá...
Pobre de mim 
que não porto ciência alguma
somente alguns versos
que mal valem uma rima.

De tardes outonais me cansei
e de dezembros sem natais
e de natais sem alegrias 
e da alegria o que me resta:
[a liberdade de não crer.

Cego – vivo sem amar
ou: amarrar o amor
para tê-lo
sem saber o que ele é...

Cético, atraco no porto da ciência
e salvo este cosmos sem causas
inerte de eventos...
Vazio de Deus me vejo
perdido no vazio
no absurdo
no abuso da língua
abusando da dúvida
indagando o que é viver.

E a morte com sua teia
me tapeia
e num relâmpago de luz
me vejo indo
para onde não sei.

(Felipe Catão)

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